Tive Que Sentir Um Pouco Da Velocidade Do Vento Em Meu Rosto Hoje. Andei, Andei, Andei. At Que Encontrei

tive que sentir um pouco da velocidade do vento em meu rosto hoje. andei, andei, andei. até que encontrei este lugar, parecia um loteamento abandonado ou uma praça. eu não sei bem, mas tinha árvores e era amplo e sem casas -só algumas bem poucas e umas distantes da outra. era como aquele em que estive com você pra ver o pôr do sol. e parei. parei e ouvir o cantar de cada passarinho e de um outro com pernas compridas que não sei bem qual seja... mas cantava bonito e andava engraçado. foi então que coloquei aquela música que me faz te ver tão nitidamente, quase que em câmera lenta em minha mente. e chorei. chorei sem fazer esforços algum para parar. chorei de alegria. chorei de saudades. chorei por sentir tua falta. chorei por não entender os caminhos da vida. chorei pela incerteza do amanhã. chorei. chorei por não saber o que fazer. chorei porque só me parece que só tem essa opção para mim, a se fazer. chorei. conversei com os céus, te cuidei dali. e te sentir correr agitado no meu corpo e peito. e sorrir. que bobo isso tudo, sempre foi tão irônico e louco. estarmos no mesmo lugar, você está aqui nesta cidade, mas sempre parece que você estar em outro estado. é como dividir um céu e aqui ser escuro quase noite com lua e no teu o sol indo se pôr ainda a espera da lua. e sorrir, porque nessa loucura de pensamento e emoções, tocou Frejat. Porque, por você eu aceito que a vida seja assim e aceito, ainda que não supere, se assim for o melhor pra você te deixar ir sem mais insistir.

Chama que vem acabar com todos os males que o mundo conhece

Se envolve o coração até mesmo da sórdida razão esquece

Dessa coisa gostosa mas tão perigosa da gente lidar

É harmonia e discórdia que conjuga o verbo amar

'-'

Sentir o que?

Sinto que estou mordendo minha mordaça cada vez mais forte. A vontade de se machucar fica cada vez maior e por mais que eu tenha me amordaçado para não precisar fazer algo do tipo a anos eu estou caminhando no alto de um prédio prestes a cair. Eu quero muito fazer isso mas eu estive me mantendo tão bem a anos, porque fraquejaria logo agora?

o que eu sinto talvez seja assustador quando em forma de palavras transbordo todos os sentimentos presos em minha garganta. eu sucumbo em cada virgula, tomando um ar por milésimos de segundos. coloco pontos com pressa. como um socorro em voz alta, com uma pausa máxima para iniciar outra marca em meu peito.

tropeço em palavras, sinais gráficos por urgência, urgência de mim. do que sinto, do que eu sou nas entrelinhas de uma poesia mórbida.

não sabendo o que sou e ainda me achando nas frases, metáforas, e rimas desajeitadas. a escrita move minha alma inerte e cansada.