P*ta Merd*!
P*ta merd*!
Eu, que falo tanto em saudade, outro dia me pus a pensar sobre o que seriam as tais conexões. Embora estejamos na era da tecnologia, onde as pessoas estão (quase) sempre online e disponíveis para prosear, percebo que o 'conectar-se' (de verdade) está cada vez mais difícil. . Primeiro pensei que conexão pudesse ser "afinidade", ter vários gostos parecidos. Talvez sim, mas lembrei que várias das pessoas que considero mais especiais são, na verdade, bem diferentes de mim. Talvez, por isso, surgiu justamente daí a vontade de saber um pouco mais sobre elas, a curiosidade em compreender esse novo universo. . Cogitei que pudesse ser o "estar perto", mas poxa, lembrei que muitos dos meus melhores amigos moram longe, antes em outros estados, agora em outro país. E eu continuo considerando eles tão essenciais e amados quanto antes. O engraçado é que sinto como se estivessem pertinho, pelo menos a maior parte do tempo. . Ponderei sobre "sangue", "energia", "vivências", "ideais", "aventuras"... Tudo bem, faz sentido, mas ainda não pareciam ser a resposta. . Acho que cheguei, porém, a uma conclusão. Conexão acontece com aqueles que nos sentimos à vontade para ser nós mesmos. Sem filtros. As pessoas que entendem as nossas falas e silêncios, que sabem ler as entrelinhas. Às vezes nem precisa de palavras, basta um olhar ou uma voz cansada para ganhar um abraço. É o cuidado e a zoeira também. É quem fica feliz (genuinamente) com a nossa alegria, com as nossas conquistas. Amigos dos quais você não tem medo de levar uma rasteira, de virar assunto em mesa de bar. Aqueles que admiram a sua força, mesmo sabendo das suas vulnerabilidades. Que apoiam, que se mostram presentes, ainda que distantes. Quem está contigo, independente do cenário. É a materialização do acreditar combinada com uma certa pureza. É tão bonito. . É, pensando bem, dá até pra entender por que é tão difícil conectar. É raro encontrar pessoas assim. . Deve ser por isso que eu vivo morrendo de saudade. ❤ P*ta m*rda!
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puraletargia liked this · 1 year ago
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Not Yet
Existem 2 palavras curtinhas em inglês que, quando combinadas, podem mudar o mundo: NOT YET (ainda não). Existem alguns TED TALKs sobre o tema, especialmente sobre a sua utilização na área educacional, logo eu volto a falar sobre isso.
"Eu não estou dizendo NÃO, estou apenas dizendo AINDA NÃO". Há bastante diferença. . Quase tudo na vida são processos, etapas. Raro é o que já nasce pronto e acabado ou que se forma em ato único. A grande maioria das coisas exige maturação, sequenciamento e suor. Apesar de sermos impulsivos e de carregarmos um senso irreal de urgência, ele pouco nos ajuda nas mazelas da vida. É necessário um exercício diário e constante da paciência, aprender a lidar com os desafios que vão surgindo e com o nosso caos interno. . Uma coisa é dizer "NÃO", o que quer dizer que aquilo ali não é pra você, que não existe um interesse real em mudar as coisas. Outra coisa é dizer "AINDA NÃO", ou seja, que pode ser que "ainda" não se tenha chegado ao final, mas que já foi dado início, que existe um trabalho em andamento, em construção. Ou, pelo menos, um "tá na fila"...rs. Existe vontade, desejo e isso é o que faz a mágica acontecer. . Eu trouxe isso muito para o meu aprendizado de Inglês, por exemplo. Apesar de "ainda" não ser totalmente fluente (e ter que passar por situações com cara de paisagem...haha), também não estou parada. Estudo, pego aulas, busco interações...é questão de tempo. A minha parte estou fazendo, mas é preciso aprender a respeitar também o ritmo natural dos processos. A minha ansiedade começou a ter menos espaço, me sinto melhor pensando assim. . Nas escolas, os professores têm utilizado muito essa percepção do "NOT YET" com as crianças (quer serzinhos mais afoitos?). Cada uma tem um ritmo de aprendizado, uma história; pensar em uniformidade de tratamento sempre me pareceu muito cruel. É preciso enxergá-las como são, ajudando mais e colocando menos pressão, parando de estabelecer metas muitas vezes intangíveis para nossos pequenos. Cada uma é linda do jeito que é e na hora certa vai fluir, mas é preciso respeitar as etapas. . Se "ainda não", tudo bem, uma hora vaiiiii!! 🙂
Inverno do Canadá
Eu não gosto de encarar a imigração como se fosse um sentimento de luto. Eu "era", "fazia", "tinha"... não mesmo! Apesar de ter meus momentos de fragilidade e dúvida, assim como todo mundo, estar aqui é, antes de tudo, uma escolha. E escolhas acontecem o tempo todo na vida, certo? . Outro dia estava conversando com o James, um dos meus professores de Inglês, e o assunto era "votos", coisas que a gente promete. E eu lembro de ter falado que eu odeio fazer promessas, pois acredito que todos podemos mudar, e que o que antes fazia sentido, pode um dia não fazer mais. Na verdade, acho super saudável pensar assim, traz leveza, maleabilidade, respeito à nossa essência e valores. Além do mais, nutrir algo é diferente de TER QUE nutrir algo. Espontaneidade é muito melhor que obrigação. É de coração. . Se eu soubesse antes que, quando chegasse a minha vez de imigrar, teria que encarar uma pandemia tão longa e devastadora, provavelmente eu teria desistido ou pensado 1000x antes de "embarcar". Eu não sabia e, pensando bem, a gente nunca sabe, não tem garantias. O amanhã é muito incerto e as coisas têm mudado muito e muito rápido. É difícil lidar com tanta instabilidade, desarmonia, com um mundo que está visivelmente diferente. Exige demais, é pesado. . Então, eu "sou", "faço", "tenho", por que não é sobre onde eu estou, é sobre o que é verdadeiro. O que era real, de uma forma ou outra, permaneceu e vai continuar assim. O que não era, eu podia estar pertinho agora e seria igualmente "distante". Frio igual o inverno do Canadá. . As coisas mudam, a gente também. Podemos fazer de tudo uma "cerimônia de luto" ou, quem sabe, apenas renascer. Na hora certa, quando a tristeza passar ou na chegada da primavera. . E no fundo, apesar de todas as instabilidades que surgiram, valeu a pena estar aqui. Aprendi muito.
O meu amor
E todas as vezes que eu falo de amor, é sempre sobre o meu. Nunca o dos outros. E cuido para que em mim permaneça, apesar dos desafios. Aconchego, ponho no colo, desejo bons sonhos. Sei que precisa de carinho para continuar vivo. Guardo-o no lado esquerdo do peito, no direito também e onde couber. Não falta espaço para o bem querer. . Mas ele é livre, sabe que pode partir. Eu não o forço a ficar, pode ir. Por um tempo até lembrarei, direi que foi melhor assim. Adeus, meu amor, foi parte de mim. . Deixará o espaço, mas não a solidão. Encontrarei companhias em bares ou festas. Fecharei, por um tempo, o coração. Na torcida que, um dia, o amor o invada pelas frestas. É sempre bom tê-lo aqui.
"Por amor o preço é outro"
Se eu pudesse definir amor com uma palavra, talvez diria proteção. É a vontade de cuidar de alguém, de estar presente em momentos bons e ruins. De ser ombro amigo, de amparar e também de permitir o acesso irrestrito ao campo dos sentimentos. Passe livre. . Proteção não é cortar asas, é andar juntos. De mãos dadas, com objetivos entrelaçados. Não se confunde com posse, domínio, cerceamento, forçar a barra...não mesmo. Há a liberdade de escolha, do permanecer e do partir, fica quem quer, quem se sente acolhido. Vai quem deixou de ver sentido, quem não encontra mais um lar ali. . Proteção é aconchego, colo. É expor sem medo as vulnerabilidades, porque todos temos os nossos dias cinzas. É falar abertamente sobre o que anda pesado e sentir um certo alívio pelo simples fato de ser ouvido com carinho. É permitir que descubram versões tuas que quase ninguém conhece. O não tão famoso Lado B. . Proteção é também se mostrar, compartilhar, dar acesso, baixar a guarda. Um ato de rebeldia, tendo em vista tanto desamor, tanto mais do mesmo. É autorizar o receber para que o outro também se sinta à vontade para ser inteiro. Via dupla. . "Pelo amor o preço é outro", claro que é. A gente não protege toda pessoa nem autoriza que qualquer um perambule pelas nossas emoções de forma indiscriminada. Mas nunca!!
Se o preço for um valor comum, corriqueiro, banal, facinho de achar... desculpa, mas não é amor.
O que você vê?
Eu sou bastante curiosa e confesso que eu tenho um questionamento: quando você conhece alguém, costuma ver mais o que te aproxima ou o que te afasta dessa pessoa? Afinidades ou incompatibilidades? Depende não é resposta (hahaha), quero saber na média e não em casos específicos/convenientes..."Olha, se for gatinho/a, eu sou super legal"...kkkkk Não é isso...😹 . Sabe o porquê da pergunta? Por que eu vejo muitas pessoas destilando ódios gratuitos, usando palavras amargas o tempo todo, tendo uma visão bastante pejorativa sobre tanta coisa. Acho que o foco tem sido muito nas diferenças, no que nos "repele" e nos distancia. Gente, calma, respira... não precisa ser assim. . E isso está tão comum que assusta. Às vezes são pessoas ótimas, mas que "caem" nesse tipo de comportamento e nem percebem. O que você "consome" é o que acaba "te consumindo". Não adianta tentar ser "good vibes" se está sempre se cercando de notícias sensacionalistas, de 'seres' que adoram falar sobre a vida dos outros (correndo o risco de falarem de você também) ou sendo aquele que tá sempre apontando, julgando, pressionando. Ahhh nemmm...bora viver! Buscar leveza. . A gente pode ser melhor do que isso. Não somos perfeitos, não mesmo, mas podemos nos policiar, olhar para dentro e tentar mudar padrões negativos de comportamento, pois eles refletem em tudo na nossa vida. Tudinho. Eu sei q não é fácil, todos temos nossos momentos de 'chatura' e de stress, mas que eles sejam a exceção e não a regra. . Temos que pensar também no tipo de mundo que estamos deixando para aqueles que amamos. Um lugar de compaixão e de inclusão ou de intolerância e dedo na cara? De gente construindo pontes ou muros? De mãos dadas ou cada um por si? . Vamos aprender com as diferenças, elas podem ser lindas e com certeza ampliam a nossa visão de justiça e de sensibilidade. O mundo é plural e isso é mágico!!! . Às vezes os nossos "olhos de ver" precisam de ajustes. 😉