Ooc / Ficou Super Ruim Pq Escrevi No Nibus E ~influncias Externas~ Abalam Minha Escrita - Tumblr Posts
danilcc:
plot drop.
Repetiu a maneira como deveria se dirigir a ele, como se treinasse mesmo, não que não soubesse como pronunciar, mas ainda tinha dificuldades de entender bem o uso daqueles honoríficos, por mais que tivesse vivendo naquele país por tempo suficiente para saber. Na verdade, se fosse parar para pensar o motivo de ser um coreano ‘mau educado’, acabaria entrando em uma parte da sua vida que só queria esquecer. “Na verdade, eu gosto de te chamar de hyung… mas… em situações específicas” Disse em voz baixa, porque sim, ele gostava muito de chama-lo assim, mas havia momentos em que a palavra simplesmente escapava de seus lábios sem qualquer tipo de hesitação da parte dele.
Estavam os dois chegando a um nível de intimidade que ia bem além do que faziam quando estavam sozinhos ou com algum tipo de influência externa, na verdade, Daniel estava abrindo um livro para ele que não fazia a anos e ainda era recente, vívido e latente em sua vida. Tem algo que poderia fazer por ele? Daniel queria saber como responder aquela pergunta, tinha, claro que tinha, mas como verbalizar algo tão dependente e necessário? Suspirou, os olhos agora estavam fixos nos próprios pés enquanto escolhia as palavras certas, e falhava miseravelmente. Pegou os seu fones de ouvido, ainda com fio e mais baratos, que as vezes parava de funcionar de um lado e Daniel tinha que mexer nas suas economias para comprar outro, mas que estava lhe servindo muito bem. Conectou ao seu telefone e colocou um deles no ouvido do mais velho, se aproximando um pouco mais para que pudessem ouvir a música de maneira confortável.
A música escolhida era em português, mas Daniel traduziria cada frase na língua materna de Jihan, não tinha problema algum com isso e até conhecia cada palavra para que pudesse dividir com ele. “Quando eu estiver triste simplesmente me abrace…” Ele disse em um tom de voz que não atrapalhasse a compreensão do ritmo da música. “Quando eu estiver louco subitamente se afaste…” Pois ele teria momentos assim, Daniel sabia, ele ainda tinha efeitos em seu corpo e traumas que precisava lidar, ainda tinha tratamento psicológico e surtos repentinos, ainda chorava de soluçar e se odiava a nível de não querer sequer viver, levantar da cama que seja… Jihan não merecia dividir isso com ele, não precisava viver essa parte de sua vida. “Quando eu estiver fogo suavemente se encaixe…” Deu uma piscadela com um sorrisinho malicioso nos lábios, porque era autoexplicativo. “Quando eu estiver bobo sutilmente disfarce…” Talvez o brasileiro tenha deixado explícito demais os seus sentimentos e Jihan talvez tenha percebido, mas era bom deixar o recado. “Mas quando eu estiver morto, suplico que não me mate, não, dentro de ti…”
E foi assim que escolheu dizer que era isso que ele queria, que o coreano e o seu filho não sumissem de sua vida, que não o deixassem nunca, independente da forma como viveriam, ele só queria isso. Queria o conforto e o calor que aquela pequena família lhe proporcionava, o sorriso fácil, o olhar abobalhado e até o simples gesto de um abraço matinal, tudo o que eles podiam lhe dar e que queria manter em sua vida bagunçada. A música ainda tocava sem a tradução simultânea de Daniel, quando ele complementou. “É isso que eu quero que você faça por mim, Jihan… ah” Complementou em seguida, mesmo com um pequeno intervalo, mas querendo mostrar que tinha entendido o seu pedido mais cedo e que tentaria segui-lo. “O restante… eu tenho que fazer sozinho”
jihan, que estivera observando o outro treinando e se afogando na fofura do gesto, sentiu-se sendo puxado para fora daquele momento com certa bruscalidade, por conta da resposta sugestiva. e só lhe restou crispar os lábios e desviar o olhar de volta para suas maçãs recém-empilhadas por mais alguns instantes, só para distrair a mente e se impedir de ir muito longe com aquele comentário só porque parecia extremamente inapropriado dar corta àquele tipo de coisa no momento. especialmente quando realmente interessado no que o outro estava compartilhando. queria ser alguém em quem ele podia confiar para se abrir e se apoiar. ficaria mais do que feliz em ser esse tipo de pessoa para daniel. por isso, permaneceu em silêncio, esperando que ele voltasse a falar. mas observou com curiosidade enquanto ele ajeitava o fone e o celular, chegando a franzir o cenho levemente. mas a expressão logo suavizou ao escutar a melodia da música escolhida por ele. não era uma que conhecia e viu-se ainda mais curioso com tudo aquilo. músicas tinham um ótimo poder de transmitir pensamentos difíceis de serem verbalizados e pensar nisso o fez sentir-se ansioso com o que estaria por vir.
ouviu o cantor falando em uma língua que prontamente imaginou ser por tuguês, mas não teve tempo de questionar, por conta da tradução simultânea. gesto que acabou arrancando uma risada suave do professor. a pausa depois da parte ferente ao fogo deu a ele tempo o bastante para deixar um tapa desprovido de força no braço do mais novo, devido à piscadela. com o resto da música, por outro lado, tinha uma expressão limpa, talvez difícil de decifrar. mas é porque tinha entendido o recado. na verdade, talvez já o tivesse feito há muito tempo, mas só não estivesse pronto para encarar o que tudo aquilo podia significar. jihan tinha ficado com muitas incertezas depois do divórcio. era complicado para ele enfrentar certas coisas, mas, novamente, precisava lembrar a si mesmo que daniel não estava lhe pedindo o mundo. não estava pedindo nada que não pudesse dar e, por isso, sempre seria grato.
quando ele deixou de traduzir a música e concluiu o que queria dizer com tudo aquilo, jihan assentiu em entendimento e sorriu. ━━ vou tentar ser o mais observador que puder para te dar tudo o que puder, tá bom? ━━ prometeu então, em tom baixo. ━━ mas mesmo as coisas que você tem que fazer sozinho, se precisar de alguém para segurar sua mão ou dar um empurrãozinho, estou aqui e não vou a lugar algum. não esqueça disso. ━━ completou, ao que deixava um afago no topo dos braços do mais novo.