Descer As Escadas...

Descer as escadas...

Me culpei durante todos esses dias, pensei que poderia ter feito coisas de formas diferentes e realmente podia, porém eu agi com o grau de consciência que eu tinha naquele momento, assim como você, nós nos magoamos mutuamente e eu te perdoo por todos teus erros, porém o único que talvez eu não vá conseguir esquecer é o fato de você ter desistido de mim no momento que era para ter lutado com todas as nossas forças para ficarmos juntos! Você realmente sofreu, porém eu também sofri e mesmo assim no final, eu estava lá lutando pelo amor que eu acreditava que existia entre nós... Mas talvez o amor não fosse tão forte assim, dentro do seu coração e está tudo bem!

Agora eu vejo que eu mereço encontrar alguém que no momento em que sentir que pode me perder para sempre, corra, me segure pelo braço e me abrace, de uma forma que mesmo sem proferir uma palavra se quer, queira dizer que não quer que eu vá! Pois o amor é mais isso, sabe? Mais gestos de desespero, do que palavras de "Eu te amo"

Eu mereço uma dança apaixonada na chuva, mereço um olhar maravilhado de alguém me vendo descer as escadas quando eu estiver com um lindo vestido, me sentindo linda e com aquele olhar apaixonado eu tenha certeza de que realmente estou, mas acima de tudo isso o que eu realmente mereço é alguém que me ame de verdade.

"O problema é que você se apaixonou pelas minhas flores, não pelas minhas raízes, então quando o outono chegou, você não soube o que fazer."

Foi realmente uma ingenuidade utópica acreditar que alguém com toda sua luz, estivesse destinado a alguém como eu, ao menos pude saber um pouco como é ser digna de amor, ter sido amada por você, mesmo que por pouco tempo me fez esquecer que simplesmente o amor para mim nunca irá passar de apenas uma utopia, pois o soar da meia noite sempre bate no relógio e leva toda a magia embora.

Queria muito não ser assim :'(

“Sou tudo o que não gostaria de ser: intensidade infinita de céu e profundeza escura de mar.”

— Flagelos de um poeta

Um relato de amor, real amor...

Parei para pensar esses tempos se aquele amor que vemos nos filmes poderia ser real.

Busquei exemplos dele na vida real e só consegui entrar um: Os pais da minha melhor amiga.

Eles foram o primeiro amor um do outro desde a época de escola, se conheceram na aula de teatro e foram os primeiros tudo um do outro e estão juntos há anos.

No último ano novo tive a oportunidade de viajar para o interior, pois eu iria passar a virada de ano com a família da minha melhor amiga, o namorado dela também ia, então acabamos indo juntos no ônibus.

Enquanto estamos sentados esperando minha melhor amiga nos buscar na rodoviária depois de longas horas de viagem, eu tive a oportunidade de ouvir da boca dele como foi o pedido de namoro deles, nunca havia escutado dele. Eles iam completar 5 anos de namoro naquela virada de ano (ele a pediu em namoro na virada do ano em 2015 na Paulista)

Perguntei a ele como foi o pedido, um pouco tímido no começo para contar ele só riu e contou por cima. Então eu pedi detalhes.

Então ele começou a contar que não planejava vir para SP, mas como a minha melhor amiga disse que ia passar o ano novo lá ele decidiu vir e estava disposto a pedir ela em namoro. Contou que quando estava quase dando 00:00 ele se perdeu dela, o que estragaria seus planos do pedido bem na virada do ano.

Ele relatou rindo que teve que cruzar a paulista e teve que pular grades e enfrentar seguranças furiosos para chegar até ela a tempo. Quando finalmente chegou e fez o pedido, ele disse que ela não respondeu e ficou olhando os fogos. Ele disse que naquele momento pensou que ela o recusaria. Me contou isso rindo, mas creio que no dia, ele deveria estar com o coração na mão. Então ele disse que ela aceitou.

Eu consegui imaginar perfeitamente a cena. E tive a chance de encontrar mais um exemplo dos filmes aqui na realidade. Naquele momento eu senti meu coração aquecer, me senti grata por ele a amar tanto, pois eu a amava e sabia que ela merecia alguém assim.

A partir desse dia desejei encontrar um alguém que estivesse disposto a pular grades por mim também.

Dessa vez não teve choro -não aquele de sempre-. Ficou preso na garganta, mas não desceu pelo meu rosto. Não teve oração nem nada parecido.

Simplesmente me deitei e dormi. Já não tinha mais o que ser feito e a gente sente muito bem quando o fim chega.

- boa sorte, amor.

em dias gastos domingos cinzas e na volta para casa, eu sempre lembro de você.