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Photoshop No Viver

Photoshop no viver

Romantizar é algo que a gente costuma fazer e muitas vezes nem percebe. É enfeitar algo com um véu bonito, lembrar apenas do que foi bom ou jogar glitter e paetês coloridos na realidade. Um carnaval no coração; uma espécie de photoshop no viver.

É tão normal romantizarmos algo ou alguém, é sim…Acho que faz parte da nossa natureza essa necessidade de encantamento, de escapismo da nossa rotina pontual e nem sempre tão benquista. Eu não condeno, de verdade, acho até divertido tirar um pouco a seriedade das coisas, usar a imaginação para ir pra bem longe. Tipo o Brasil. 😁

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Mas nem sempre.

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Tem horas que precisamos ter o pé no chão e ver as coisas como elas realmente são. Trabalhar com fatos, fazer uma análise crítica e sincera dos nossos sentimentos. Estar aptos a enfrentar medos, angústias, solidão (no singular mesmo, tão adversa a paralelismos). É também olhar para o passado, lembrar que foi bom, mas que as coisas mudam/mudaram. Inclusive, nós também. Não é preciso o decurso de muito tempo para notarmos mudanças significativas. E isso é bom e ruim.

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Acho que já fui tão feliz que eu queria não apenas lembrar, mas “congelar” alguns vários momentos, estar lá de novo, reviver e fazer exatamente igual. Sabe, não bastam reencontros, eu queria de novo aquele cenário, aquelas pessoas, aquele timing...e não é possível, é claro, passou. Os grupos já não são mais os mesmos, muitos sentimentos se perderam no caminho, amigos partiram, alguns para sempre.

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Sigo, no entanto, lembrando. Acho que é uma espécie de conforto e de sina ao mesmo tempo. Romantizo? Às vezes sim, mas prefiro falar simplesmente que sou saudosista e otimista incorrigíveis, pois evita maiores explicações.

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Um dia a gente se encontra e reescreve novas memórias, dessas que ficarão para a eternidade, eu acredito.

  • puraletargia
    puraletargia liked this · 1 year ago

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1 year ago

Grata pelo sentir

Às vezes a gente vive tão no piloto automático que mal temos tempo de parar, pensar e refletir. Sentir. Em tempos tão áridos de afetos reais, cheios de joguinhos e de vaidades absolutas, parece que o "sentir" fica sempre para depois, escondido numa caixinha, esperando (quem sabe) um momento para ser (re)descoberto. . Penso, no entanto, que a nossa sensibilidade e o que nos torna especiais e humanos não pode ficar em um segundo plano. Embora possa doer (e muito), é preciso lidar com nossos sentimentos, aprender com eles e, na hora certa, encerrar ciclos. Exige coragem, eu sei, não é todo mundo que está disposto (e tá tudo certo) a por o dedo na ferida, mas isso pode evitar problemas futuros, como repetições de situações que causarão novos e novos desgastes emocionais. . Não temos o controle de tudo. Tem horas em que vivemos em "gangorras" de sentimentos que nos elevam ao céu e nos levam ao chão na mesma intensidade. Apesar da nossa vulnerabilidade, é preciso observar o que esses momentos têm a dizer, o porquê de estarmos tão desestabilizados e suscetíveis às influências do meio. O que acontece lá fora pode ser mero reflexo do que trazemos aqui dentro e que, por estar aprisionado, acaba também nos tornando reféns. . Apesar das dores e do autorreconhecimento de imperfeições, bastante grata, ainda, pelo sentir. São esses sentimentos (contraditórios e de procedência duvidosa...hehe) que me instigam a buscar a minha melhor versão, aquela que eu ainda vou encontrar... . ...qualquer dia desses.


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1 year ago

Mudaram as estações

Morei 4 anos no Canadá e é bem normal as pessoas terem uma certa curiosidade. . Uma pergunta que sempre ouço é: "Lá é bonito?" e eu geralmente respondo que é sim e que, "a depender da estação", pode até ser o mesmo lugar, mas que ele parecerá completamente diferente. É como se fosse "tudo novo" de novo, ativando memórias "não tão longínquas", mas que pareciam docemente adormecidas. Uma etapa que "acaba" e que, de um jeito ou de outro, logo encontra continuidade, afinal, "The show must go on"! E sabe, é bem bonito que seja assim. Não é o fim, ao contrário, é a vida em movimento, cíclica, rítmica, pulsante... É o natural. . Tudo dura o tempo que é preciso, que é necessário. Haverá mudanças, a "chavinha" vai virar, não tem como lutar contra isso. A única coisa que nos cabe é perceber, nesses cenários, o que é verdadeiramente permanente e o que a gente deixa as "estações" levarem... . Mudarão paisagens, vestimentas, temperaturas, decorações, humores, algumas vezes amores, comportamentos, vai mesmo, vai sim...mas a essência não. Ela é o que vai permanecer, independentemente de tudo isso. . A essência resistirá ao inverno rigoroso, ao calor escaldante, ao cair das folhas e ao "renascimento" das cores (ainda que chova muito). Ela é "braba", como dizem por aí, mesmo repleta de pura sensibilidade. . Mas afinal, o que é essa tal "essência"? Depende. Cada pessoa terá uma resposta claramente genuína e valorosa e, talvez, esse "externalizar" nem importe tanto assim...desde que você saiba, tenha em mente o que te segura quando o mundo "momentaneamente" parece desabar. Ou quando algo fica pra trás e você realmente precisa aprender a seguir, a continuar a caminhada...ainda que seja bem difícil pra caramba. É o que te faz único. . "A depender de cada estação", mas olha, nem tudo... E que bom. ❤

Mudaram As Estaes

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1 year ago

Qual é a graça?

"Então me diz QUAL É A GRAÇA/ De já saber o fim da estrada (...)?" - cantarolava enquanto os meus pensamentos iam devagarinho se dissipando. . "Fiquem perto onde eu possa vigiar vocês, não sabem que é perigoso?"; eles riam com ternura do meu excesso de cautela e  sensatez. . "Ei, não podem ir por aí, o lugar de vocês é aqui comigo!", dizia enquanto eles se afastavam em uma dança bonita de movimentos intensos e orquestrados. "Nossa, que sádicos!". . "Voltem, tenho medo que alguém os roube de mim". Embora compadecidos com a minha fragilidade, continuaram, tinham um propósito. Sinalizaram, porém, que voltariam bem. Eu só precisava confiar e entender os sinais. . Esperei...esperei. Nada! . De novo e de novo... . "Chega, cansei...é hora de dar um basta!". . Antes da desistência, porém, um último (e sufocado) grito, dois ou três... . "NÃO TEM GRAÇA!!!!" "NÃO TEM GRAÇAAAA!!!!" NÃO TEM GRAÇAAAAAAAAAAA!!!!!" . "Opa, espera um pouquinho"... Olha aí a resposta para a minha pergunta inicial!! . E num estalo finalmente entendi o porquê de toda aquela teimosia. E meus pensamentos voltaram sorrindo pra mim. . Até que foi engraçado. E eu não quero saber do fim de estrada alguma...ainda não.


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1 year ago

Lembranças

Estava pensando sobre o ano de 2020 e me veio à cabeça uma série de memórias. Em ano de pandemia, em que nos percebemos como sendo tão frágeis, me peguei várias vezes a recordar de vários momentos que me fizeram ser quem eu sou, que foram especiais em minha trajetória. . Primeiramente, me senti bastante culpada por ter perdido vários registros que hoje me renderiam lágrimas ou gargalhadas. Não sei onde foram parar, se ainda existem ou não. Fiquei com um sentimento de solidão e de inconformidade. Fotos, videos, albuns, livros, cartas. Infância, festas, sorrisos...ficou um vazio. No entanto, no meu coração, todo dia é dia de "TBT". Sigo lembrando, enquanto possível (olha a idade!). . Um outro ponto é o de como grande parte das minhas melhores e mais doces recordações estão associadas à música. Difícil explicar, mas é algo que realmente me faz ter aquele sentimento de que 'valeu a pena'. A sensação indescritível de ter visto tantas bandas e artistas que eu costumava ver apenas nas revistas e tv, que pensava ser impossível ir a algum show um dia....mas eu tava lá! Caramba, eu vi o Ozzy, o Dio, o Motorhead (Lemmy ❤❤❤), o Iron, o Kiss, o Black Sabbath, Judas Priest, King Diamond, etc!! Aqueles clássicos materializados ali, no palco, enquanto eu esfregava os olhos meio sem acreditar no que estava acontecendo. . A gente se virava para ir aos shows, juntava as moedas, ia nas excursões mais malucas, mas ia. Dos clássicos aos extremos!! Mas na maioria das vezes, nem precisava ir pra longe, nos divertíamos no nosso quintal (Brasília) mesmo. Como eu fui feliz em Taguatinga!!😂 Como era bom ir aos mesmos showzinhos, com a mesma galera, saber que a maioria dos que estavam lá, mesmo não sendo tão próximos, eram pessoas que eu já via nos rolês a 10, 15 anos! Brasília é um ovo e eu sinto falta disso. Hahahaha . Fico por aqui, lembrando com um sorriso tímido de canto, todas essas cenas que ficam pipocando na minha cabeça. Valeu a pena. Valeu!! ❤


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1 year ago

Na vida terão momentos difíceis sim, conturbados, mas felizmente passam. E apesar de tudo, são eles que nos fazem crescer e reconectar com nosso lado mais humano e frágil. A dor precisa ser sentida, cuidada, amparada. Fingir que nada está acontecendo ou se fazer de forte o tempo todo só posterga "a conta", é preciso cuidar das nossas feridas com carinho, dar o tempo que elas precisam para cicatrizar.

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É importante também ter uma gratidão pelos caminhos trilhados e pelas pessoas que fizeram parte desta jornada. Os planos podem até mudar, mas isso não significa necessariamente que se deva perder o carinho e o respeito. Se pudermos preservar isso, é bem possível que sejamos os maiores  beneficiados. A carga emocional de carregar sentimentos ruins é muito desgastante, acaba com a gente. Reconheço, porém, que nem sempre é viável (tem uns serumaninhos que pelamor...).

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No começo é tudo muito visceral e reativo, mas o tempo, na maioria das vezes, acalma. Claro que tem exceções, existem casos muito difíceis, muito mesmo. Mas acredito que, no geral, não precisa ser assim.

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A maturidade nos ensina também (o que não quer dizer que seja fácil). Alguns laços são eternos e vamos precisar por alguns sentimentos no bolso em prol de uma convivência mais amistosa. Precisa haver, no entanto, troca, respeito e consideração.

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Um dia de cada vez, as coisas vão se ajeitando, a gente vai aprendendo com as frustrações e, quem sabe, lá na frente, tudo faça mais sentido.

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O amor ensina com suavidade, a dor com veemência. Ambos são didáticos e a gente sempre tem a chance de sair transformado...ainda que leve um tempo.

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Sinta suas dores, mas depois liberte-as.

Especialmente por você. ❤


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