Qual A Graa?
Qual é a graça?
"Então me diz QUAL É A GRAÇA/ De já saber o fim da estrada (...)?" - cantarolava enquanto os meus pensamentos iam devagarinho se dissipando. . "Fiquem perto onde eu possa vigiar vocês, não sabem que é perigoso?"; eles riam com ternura do meu excesso de cautela e sensatez. . "Ei, não podem ir por aí, o lugar de vocês é aqui comigo!", dizia enquanto eles se afastavam em uma dança bonita de movimentos intensos e orquestrados. "Nossa, que sádicos!". . "Voltem, tenho medo que alguém os roube de mim". Embora compadecidos com a minha fragilidade, continuaram, tinham um propósito. Sinalizaram, porém, que voltariam bem. Eu só precisava confiar e entender os sinais. . Esperei...esperei. Nada! . De novo e de novo... . "Chega, cansei...é hora de dar um basta!". . Antes da desistência, porém, um último (e sufocado) grito, dois ou três... . "NÃO TEM GRAÇA!!!!" "NÃO TEM GRAÇAAAA!!!!" NÃO TEM GRAÇAAAAAAAAAAA!!!!!" . "Opa, espera um pouquinho"... Olha aí a resposta para a minha pergunta inicial!! . E num estalo finalmente entendi o porquê de toda aquela teimosia. E meus pensamentos voltaram sorrindo pra mim. . Até que foi engraçado. E eu não quero saber do fim de estrada alguma...ainda não.
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puraletargia liked this · 1 year ago
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Vivo de acreditar
Apesar de às vezes eu ficar ansiosa demais, de querer tudo pra ontem ou de me perceber desanimada por algumas questões (especialmente aquelas que não dependem de mim), vejo o quanto tudo isso é passageiro, que eu consigo distinguir o quê (e quem) eu quero ou não ser (independente do que aconteça). Eu gosto de ser alegre e, apesar de não ser assim o tempo todo (claro!), eu sei que a tristeza passa e que ainda existem mais motivos a agradecer do que a reclamar (mesmo adorando fazer umas piadas depois que a raiva passa). . Acho que a maturidade ensina muito também (ainda que traga umas ruguinhas). Se eu tiver que mudar minha essência para conseguir algo, sinceramente prefiro não ter. A gente tem que priorizar o nosso emocional, aprender a lidar com esse vazio que às vezes sufoca, com as mudanças de estações, pois elas vêm mesmo, a gente querendo ou não. E faz parte.. . Não tem fórmulas prontas, o enfrentamento é diário, mas seguimos. Dia desses vi uma frase que dizia mais ou menos assim: não deixe que um problema (ou momento ou fase) te deixe com a impressão de que você tem uma vida ruim. Achei bem válido. . Sabendo quem gostamos de ser já ajuda bastante a mudar o foco e a perceber que vai passar. Os problemas um dia vão embora, mas a gente sempre fica. E é pela gente que precisamos resistir e lutar, pelo nosso bem estar. Não vale a pena ficar remoendo o que não deu certo. Tem tanta coisa a ser escrita. . Tem um textinho que eu amo e já postei várias vezes, vou copiar aqui:
"No fundo, alguma coisa me diz que vai dar tudo certo. Que os caminhos são tortos mas a chegada é certa. Que há coisas bonitas esperando lá na frente, se a gente acredita. E eu acredito! Vivo de acreditar. E acredito, que o que importa mesmo, não são as pedras que encontro pelo caminho, mas sim, as flores, que carrego comigo. Dentro do coração."
. Vivo de acreditar...
Depois...
Depois que as turbulências passam, sempre me sinto extremamente grata por não ter desistido e por tudo o que pude melhor compreender. Veja, é pelo o que me tornei, não necessariamente pela adversidade. . Claro que viver num estado constante de leveza seria ótimo, mas a vida não é assim e temos que aprender com as provações também. É isso que nos conecta com nosso lado mais humano, que nos faz questionar, mudar e crescer. É ainda um exercício valioso de humildade, reconhecer que não sabemos tudo, que não precisamos ser fortes sempre. . O percurso é difícil, tem dúvidas, chateações, mas o chegar, depois de tantos enfrentamentos, é tão bom...calminho...gostoso...merecido. É algo que foi conquistado e que agora é seu por direito. Ninguém é capaz de tirar esse conforto, essa sensação de dever cumprido. . É uma primavera após um inverno tão longo, um abraço depois de tanta saudade e ausência, o encantamento que aceita o passado, mas que agora anda de mãos dadas com o futuro. E é tudo isso acontecendo dentro de você. Bem bonitinho.
Photoshop no viver
Romantizar é algo que a gente costuma fazer e muitas vezes nem percebe. É enfeitar algo com um véu bonito, lembrar apenas do que foi bom ou jogar glitter e paetês coloridos na realidade. Um carnaval no coração; uma espécie de photoshop no viver.
É tão normal romantizarmos algo ou alguém, é sim…Acho que faz parte da nossa natureza essa necessidade de encantamento, de escapismo da nossa rotina pontual e nem sempre tão benquista. Eu não condeno, de verdade, acho até divertido tirar um pouco a seriedade das coisas, usar a imaginação para ir pra bem longe. Tipo o Brasil. 😁
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Mas nem sempre.
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Tem horas que precisamos ter o pé no chão e ver as coisas como elas realmente são. Trabalhar com fatos, fazer uma análise crítica e sincera dos nossos sentimentos. Estar aptos a enfrentar medos, angústias, solidão (no singular mesmo, tão adversa a paralelismos). É também olhar para o passado, lembrar que foi bom, mas que as coisas mudam/mudaram. Inclusive, nós também. Não é preciso o decurso de muito tempo para notarmos mudanças significativas. E isso é bom e ruim.
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Acho que já fui tão feliz que eu queria não apenas lembrar, mas “congelar” alguns vários momentos, estar lá de novo, reviver e fazer exatamente igual. Sabe, não bastam reencontros, eu queria de novo aquele cenário, aquelas pessoas, aquele timing...e não é possível, é claro, passou. Os grupos já não são mais os mesmos, muitos sentimentos se perderam no caminho, amigos partiram, alguns para sempre.
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Sigo, no entanto, lembrando. Acho que é uma espécie de conforto e de sina ao mesmo tempo. Romantizo? Às vezes sim, mas prefiro falar simplesmente que sou saudosista e otimista incorrigíveis, pois evita maiores explicações.
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Um dia a gente se encontra e reescreve novas memórias, dessas que ficarão para a eternidade, eu acredito.
Toca Raul
Tem uma palavra que eu vejo as pessoas falarem muito: ousadia. E eu sempre fico pensando: será que é ousadia demais de um lado ou será que é, na verdade, ousadia de menos do outro? Tanta gente encoberta, só observando, só esperando a oportunidade de apontar, dar uma "opinião", tecer um comentário maldosinho...como tem fiscal, credo...hahahaha. Vai ser feliz, p****! . Eu fui (e sou) tímida a minha vida inteira, já me importei muito com a opinião dos outros, a ponto de me sentir sufocada, engessada. E isso nunca mudou a vida de ninguém, só a minha mesmo. . Aprendi, porém, que quem quer ser maldoso vai encontrar um motivo, "caçar", te acompanhar igual novela, interpretar errado, botar em xeque as suas melhores intenções...por que isso é "dele/dela"! E não tem nada o que você possa fazer quanto a isso, algumas pessoas são assim...ponto! Cabe a você se importar ou não (espeeeeero que não!!). . Por isso que eu estou cada vez mais "me deixa", "a sua opinião não é problema meu", "se eu for me importar com tudo, tô lascada". Eu quero é ser feliz e não ficar matutando o que qualquer pessoa aleatória, que nem faz diferença na minha vida, está pensando a respeito de mim. Um "f*da-se" é tãoooo libertador, convenhamos (com o perdão da expressão)...hahaha . Vi uma frase dia desses que eu achei muito legal. Era mais ou menos assim: não se importe com a opinião daqueles para quem você jamais pediria um conselho. E é bem isso, deixaaaaa esse povo pra lá....deixa falar, resmungar, bravejar...chega a ser até engraçado...capinar um lote que é "bão", nada... . Vou nem pedir pra pagar meus boletos, pois o que quero mesmo é distância. Vínculo zero. . Como diria o Raul (Toca Raulll!!!), "enquanto você me critica, eu tô no meu caminho"...e o melhor de tudo, feliz da vida! 🙃
Tempo, tempo
Tempo é uma coisa muito louca, né? Às vezes paro para calcular alguns momentos e me assusto ao ver que se passaram meses, anos, décadas...muito surreal. O mais engraçado é que, na verdade, nem parece. "Parece que foi ontem", como vivo dizendo. . Eu tenho uma ótima memória, mas confesso que, ao mesmo tempo, sou bem desligada. Raramente fico mandando mensagem todo dia, esqueço com frequência datas importantes (quase sempre pq nem sei direito que dia é hoje...hehehe). . Se sei que, no momento, alguém está triste ou confuso, gosto que saiba que estou "ali" se precisar, mas não fico fazendo 1000 perguntas ou especulando. Se partir da pessoa compartilhar comigo, aí sim, dou a maior atenção. Se não, tá tudo certo também. . Tem coisas que precisam de um tempo de processamento. Tem vezes que a gente só quer ficar quietinho (e é um saco quem fica tentando extrair respostas a qualquer custo). Isso sem contar as situações em que nem a gente se entende. Como ainda explicar, né? . E outra, vivemos geralmente num ritmo tão acelerado e com tantas responsabilidades que quem cobra reciprocidade o tempo inteiro é, ao meu ver, irritante (hehehe). Não me entendam mal, eu amo reciprocidade, mas tem que ser natural. Se for algo cobrado ou imposto, pra mim perde o propósito. A regra número 1 é "tem que ser leve", "tranquilo". . Recentemente voltei a conversar com amigos que havia muito tempo que não falava. Quando parei pra pensar pq houve esse "abismo", não lembrei de nada concreto (brigas ou desentendimentos) que justificasse. O que ocorre é que a vida é assim mesmo: junta, separa, leva cada um pra um canto, resgata quando dá na telha, às vezes fica virada no jiraya e deixa todo mundo doido...hahaha. . É estranho? É! Mas tem um certo charme também, o da imprevisibilidade. O bom é que não importa quanto tempo passou, as bestagens continuam, a amizade e o carinho também. . Os abismos do tempo podem até ser engraçados, quem diria.