Crab Dxmmief - Tumblr Posts
Ocean não esperava começar o dia já com uma frase pinicando na ponta da língua, sendo repetida para cada um dos professores ao seu alcance. Nada diferente do que um café-da-anhã tradicional, com a conversa fluindo entre seus mais chegados, e o gosto estranho logo na primeira mordia. --- Você também sentiu isso? --- E, claramente, o seus sentimento era diferente de cada um daqueles olhares meio vidrados e perdidos, o cenho franzido com a mudança quase sutil no ambiente que ele fez logo questão de mudar. Não comeria mais daquele prato e se contentaria com a água salgada armazenada na garrafa cheia de pequenos cachorros (seres adoráveis com quatro patas! Dá para acreditar? O tritão com duas e eles arrasando com quatro dessas pernas caninas). O refúgio da sala de aula também carregava aquele algo mais, alguns alunos perdendo o foco nas palavras que ele dizia com tanta felicidade, outros pedindo licença e saindo no meio da sua quase permissão. Era estanho. Muito mais do que isso... Era um tanto... assustador. Logo ele que tinha toda a preocupação de deixar suas aulas mais leves, de arrancar risadas e murmúrio que contribuíam para a matéria desenhada no quadro. Ocean tinha os olhos entreabertos com a calmaria da aula, os pêlos da nuca eriçados para um ataque surpresa que com certeza viria. A calmaria antes da tempestade, o sossego antes de um copo d’água ‘acidentalmente’ jogado em suas pernas e voi lá. --- Vocês me digam agora, o que faríamos numa situação dessas? Usar magia para chamar atenção? Chorar no meio do convés? Dançar ou implorar para os deuses da tempestade? --- A resposta de alguém -- ninguém para ser mais exato -- interrompida com um jovem que vagamente recordava do refeitório, e com seu olhar esverdeado descendo aos pés para ver se mancava depois do esbarrão. --- Não é incômodo algum, jovem mente aventureira, escolha sua embarcação e se apresente para turma. --- Porque cada cadeira era nomeada com uma grande expedição marítima, esta escolhida para o trabalho final de sua matéria. --- Nunca é tarde para entrar na minha turma, ou participar desse pequeno encontro. Ah, faz parte da apresentação responder essa pergunta: o que faria num barco sem velas? --- Ocean logo tomou uma dessas carteiras vazias como assento, empoleirando-se -- isso mesmo -- sobre a mesa.

@waterheir
Aparecera no local onde seus colegas faziam suas refeições diárias apenas para comer qualquer coisa que o mantivesse de pé — evitando qualquer olhar devido ao que ocorrera no dia anterior. Suas feições não eram das melhores, mas tal fato ele relevaria até que finalmente decidisse enfrentar os outros estudantes. Como estava faminto, Domhnall não fizera qualquer questão em guardar seu prato até que chegasse em seus aposentos. O rapaz, ali mesmo, no caminho, começou a comer. O gosto estava diferente, mas não um diferente ruim; era agradável apesar de novo. Seus olhos, por impulso e costume, olharam diretamente para a mesa dos docentes e recaíram-se logo no professor de Estudos Náuticos — uma matéria que ele em nada tinha interesse. Naquele exato segundo que seus olhos repousaram-se sobre a face do professor, ele logo fora preenchido por uma estranha sensação. No lugar de seu estômago havia agora um buraco negro que consumia todo o seu ser, fazendo existir apenas o vazio infinito. Não retirou do professor o olhar, esbarrando em uma cadeira de um dos colegas e se desculpando em seguida. Ainda atônito, ele deixou o recinto, olhando para trás diversas vezes. Ora, o que era aquilo? Outra piada de Alliyah consigo? Outra brincadeira de mal gosto? Que sensação era aquele que o fazia querer correr de volta para o refeitório e continuar a admirar a face do outro? Domhnall se manteve distante, lutando contra aquela sensação — sendo vencido pelos desejos incompreensíveis quando começou a desenhar a face do outro em seu portfólio com um sorriso tolo em seus lábios quando vira que este ganhara formas em suas mãos. E, mesmo nas mãos do tão habilidoso artista, a face do outro parecia tão perfeita ao vivo e não no papel. Rendeu-se ao que seu coração tanto pedia — descobrindo, assim, que o órgão existia para algo além de bombear seu sangue. Caminhou em direção ao local onde o outro dava suas aulas, satisfeito por constatar que ele estava ali. Pigarreou, indicando que queria entrar e, desculpando-se novamente por incomodar. ❛ Eu não quero incomodar, só… Quero assistir sua aula. Me arrependo de não ter me inscrito até hoje. ❜ E como! Naquele momento o arrependimento era tão latente.

dxmmief:
Osentimento estranho intensificou-se assim que o olhar do outro parou em si, encarando-odos pés à cabeça. Ele seguiu o olhar alheio, mas com uma preocupação de quehavia esquecido suas calças com a pressa de chegar ali. Satisfeito porconstatar que estava bem vestido e apresentável, ele concordou com a cabeça animadíssimo por ser admito naquelaclasse. Possivelmente, quando passasse o efeito da poção do amor, Domhnallnunca mais olharia para aquele espaço; contudo, por ora, ele estava bem adeptoa participar do ambiente que lhe soava tão agradável pela pessoa que estava asua frente. Mesmo novato, o impulso de tomar o acento mais próximo do professorfora aceito e ele, ainda com um sorriso que pouco a pouco causava dor em seumaxilar, não teve pudor de sentar o mais próximo possível, admirando a face dooutro enquanto o observava falar alguma coisa consigo que Dommie não prestou atenção.Ainda era incompreensível para Domhnall a razão de estar ali, agindo de formatão… Estúpida, mas estava. Uma pequena parte — racional que tentava chamarsua atenção para o que estava acontecendo — gritava para ele acordar do transeimposto desde o café da manhã; outra parte — a maior, deve-se dizer — mandavacomandos para os olhos e rosto de Flutbreeze que ouriçava os pelos de seu corpoe dava-lhe um frio enorme em sua barriga. Não estava prestando atenção emOcean, pegando todas as suas pequenas particulares, como postura e marquinhas,esperando colocá-las no papel e, de tal forma, piscou algumas vezes quandoouviu a pergunta, buscando compreender o que significava. Sua mente enevoadapela poção do amor gritava para que ele respondesse corretamente e, então,pudesse ganhar alguns pontos com o mais velho. Nada feito. Era uma charada, elesabia. Mas, como nunca sequer tentara desvendar charadas marítimas, ele apenasrespondeu: ❛ Improvisocom alguma coisa? ❜ Soava inocente suas palavrase, assim que as mesmas deixaram seus lábios, amaldiçoou-se por não ter seutilizado de mais algum tempo para considerar uma melhor possibilidade. Eravergonhoso! Ele não poderia deixar que o outro achasse-o tolo pelo que dissera— ou pela falta do que dissera.

Não podia negar que carregava uma expectativa maior para o mais novo integrante na classe, afinal, ‘me arrepender de ter escrito’ não significava descaso completo com a matéria. Ocean esperava alguém memorável, não um gênio, mas como aqueles alunos que sentavam no fundo da sala, inventando as mais diversas situações caóticas em ambiente marinho. E ele esperou, animado, o sorriso se alargando pelo outro não ter medo da figura que ele representava em sala, sentando assim tão perto. A espera se tornando... frustrada. O tritão soltou um suspiro resignado, um pontada de decepção na forma com os lábios franziam, mas deixando para lá na jogada de ombros discreta. --- Senhor improviso-alguma-coisa nos deu um ótimo gancho, não é turma? --- Brincadeiras, só assim para levantar o ânimo da turma que começou a cair na risada. --- Essa pergunta não tem resposta, não tem maneira certa de ser respondia. Sequer vai encontrar num livro da lista de leitura. --- Pulou da mesa e se equilibrou segurando a outra, de uma aluna que riu com sua falta de jeito. Quase dez anos nessa vida dupla de cauda e pernas e ainda tinha dificuldades em manter um equilíbrio razoável nessas mudanças de altura. --- Você está em Sísifo, um dos meus barcos preferidos. O caçador de sereias mais conhecido e selvagem de todos os mares. Naufragado pelo meu avô, Tritão, muito tempo atrás. Hm, oi? --- Alguém comentou outra resposta, sanando uma dúvida fundamental com a entrega de um folheto. Ocean não tinha tempo de ler tudo naquele papel, focando no nome anexado à foto e pousando o mesmo entre seus pertences na mesa do professor. --- Improvisa com o quê, senhor Flutbreeze? Usa as próprias roupas para fazer uma vela? Põe a mão dentro d’água e encontra alguma corrente? Abandona o barco? Pede ajuda divina? Solta sinais de fumaça? Faz um trato com sereianos? E essas que eu falo só são 1% do que saiu dessa turma nos primeiros 30 segundos de aula. Vocês são criativos. --- Sorriu para a turma, batendo as palmas juntas algumas vezes.

{ f l a s b a c k }
dxmmief:
Domhnallorgulhava-se de ser um bom aluno. Talvez até mais do que apenas bom, pois, jáque desejava ser visto pelos docentes, fazia com que eles fossem obrigados asalientar suas notas para os outros, já que estes não precisavam de esforçoalgum para serem conhecidos e notados. Eram filhos de Branca, Ariel, Cinderellae outros famosinhos de Iraz. De talforma, ao que o outro denotou sua frustração e decepção, o jovenzinho logocolocou a hipnose pelo professor rivalizando com o sentimento que lançara a simesmo. Além do próprio orgulho que caminhava para o abismo, ele também sentia-sefalhando com Ocean. Durante aquele período estivera considerando a possibilidadede conversar mais tempo com ele, mas não o faria se não fosse minimante interessante.Nunca antes tentara ser interessante para ninguém, pois seu lema era sempre “sintose pareço interessado, pois não estou!”, já que nunca se sentia interessado emninguém ou qualquer conversação com seres humano. Mas lá estava ele, buscandoem sua mente qualquer coisa que o fizesse melhor aos outros alheios. Naquelemomento, não havia orgulho que durasse muito. Nada melhorou muito com a risadade seus colegas de classe, que pareciam entender que outro tolo caíra naquelapergunta, assim como também demonstravam sua condolência para com o mais novobobo da corte. ❛ Eu poderia encantar o barco…? ❜ O tom era levemente embriagadodiante da consideração. Nunca antes tentara se exibir com os seus poderes — oucom a sua tão útil flauta mágica —, mas se queria ter uma chance ali, deveria,ao menos, tentar. ❛ Quer dizer. O flautista ❜ — agora que todos sabiam, não haviaqualquer razão para falar “meu pai” para manter as aparências, assim como nuncagostaria de referir ao outro ser que lhe fornecera algumas características comopai — ❛ enfeitiçou milhares de crianças e uma rocha, talvez eu pudesse fazer omesmo com as águas ou com o barco. E eu adoraria conversar com os sereianos.❜ Não qualquer um, deveria ser frisado. Domhnall adoraria conversar com aquele sereiano que encontrava-se diantede si. ❛ Mas vocêpode falar sobre as possibilidades e porque isso não daria certo, não sei, eugosto de ouvir você falar ❜ um milésimo de segundo fora necessáriopara que ele se arrependesse completamente e logo abriu a boca, desejandoreverter o que dissera. ❛ Eu digo, porque você é um bom professor e explica bem e sua aula éótima por isso quero te ouvir falar. ❜ Atropelou em suas própriaspalavras, tentando compreender porque havia falado aquilo daquela forma. Cala a boca, Domhnall!, gritou em sua mente, agradecendo o casaco que cobria seu pescoço que, ele sabia, possuía diversasmanchas vermelhas diante do embaraço.

Algumas vezes, quando a animação ultrapassava o limite a ser demonstrado -- e aceito -- por um professor, Ocean atropelava o aluno e entrava em sua respostas. Ambos querendo falar sobre a mesma coisa, concluindo a linha de pensamento e deixando pela metade, como dois aficionados nesses novos grupos de música. Claro que, em seguida, o professor respirava, acalmava e explicava o que tinha conseguido em palavras mais sérias e simples. Quase foi o caso porque um dos alunos tinha dito uma cisa parecida, mas não chegava ao ranking do poder da flauta trazido pelo mais novo aluno. As possibilidades apresentada trouxeram o sorriso de deleite ao rosto, assim como um arrepio de medo pelo outro com a sugestão perigoso de um terreno muito protegido por seus habitantes -- e manipuladores do elemento aquoso e livre. A mente fervilhava em ideias inacabadas, entrando em fila indiana na organização que se desfez com o elogio. Aquilo era um elogio porque suas sobrancelhas ergueram-se em surpresa e um dos cantos repuxou mais do que o outro. Concordou com a explicação, um sentimento inquieto de ‘algo mais’ com a reação de outra aluna na sala, segurando uma risadinha atrás da mão. Sua voz era bela, ele sabia disso, ou teria sido expulso do coral quando ainda era um pequeno peixinho. --- Encantar o navio como Davy Jones e seu barco fantasma. Um nota mais doce da flauta e cordas, remos e leme ganhando vida própria. Bom ideia, mas não tente encantar a água. Não gostamos desse tipo de manipulação, contra as leis da maré e permissão de poder nascido com ele. --- Imaginava sua própria raça, depois de obedecer os comandos do flautista, indo atrás do barco e o naufragando; Flutbreeze não aguentaria segurar tanto o fôlego a ponto de sobreviver ao ataque impiedoso. E, bem, flautas não funcionavam com água, certo? Certo? Ocean deu um pulo nada professoral com o fim da aula, o som já conhecido o arrancando da melhor parte da aula. --- Você... --- Apontou para o novo aluno antes de se dirigir à toda classe. --- ... e todos os demais vão escutar mais da minha bela voz na próxima aula. Pesquisem sobre o astrolábio. Não vai ter prova surpresa, mas... vocês sabem, não custa nada fugir do papel de bobo na próxima. Até. --- Despediu-se com uma continência relaxada, o indicador e médio juntos batendo de leve na testa e o movimento para longe, a água salgada fazendo o favor de abrir a porta com o poder da mente. O mesmo movimentar de mãos para juntar todos os seus pertences na bolsa-carteira. Ocean pegou a concha no canto da mesa, a sacudindo para a linha direta com a mãe ser alcançada. Só fazia ligações depois do horário das aulas.

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Assimque ouvira “boa ideia” saindo dos lábios de seu professor — que, verdade incontestável,eram alvos constantes dos olhares de Flutbreeze — um sorriso radiante iluminousua face. Domhnall raramente sorria daquela forma e ao fazê-lo fora possível sentiraté mesmo um estalo em sua mandíbula que reclamou do ato bruto contra si. Se ossosfalassem, a mandíbula do flautista estaria gritando: “mas que p* é essa?”. Assentiucom entusiasmo quando ele dissera para o garoto não encantar a água, dizendo aooutro que se era assim que ele queria, assim ele faria. ❛ Mas é uma boa ideia, certo? ❜Perguntou novamente, desejando ouvir a voz alheia lhe parabenizar umasegunda vez. Esse anseio estranho era puramente o fato de sentir perto dealguma coisa, como se o fato de ter tido boas ideias na aula do professorindicasse que ele possuía alguma chance real e concreta de chamar sua atenção. Claroque, quando o efeito daquela poção passasse, ele iria tentar se desculpar peloincômodo, mas naquele momento se sentia totalmente satisfeito por estar ali,admirando o outro. Ainda estava se amaldiçoando quando o professor anunciou ofinal do horário para aquela aula e ele, por reflexo, olhou na direção do relógiocom pesar. ❛ Mas já? ❜E, diferentemente dele, outros alunos começavam a juntas suas coisinhas e sedirigirem com passos apressados para fora da classe. Alguns até mesmo seesbarraram e se xingaram, todos desejando correr para fora dali — e alguns visivelmenteafetados pela poção, portanto, desejando encontrar o alvo de sua atração naqueledia. Domhnall, contudo, ficou parado na carteira enquanto procurava e juntavasuas coisas, considerando uma possibilidade que lhe surgia naquele momento. O ímpetoe a coragem que ele precisava estavam todos naquela poção. ❛Professor! ❜ Chamouantes que o outro pudesse sair, inflando seu peito com ar e determinação. Paroudiante de seu tutor náutico, considerando o quanto aquilo poderia parecerestranho dito daquela forma, mas quando considerou suas palavras, Flutbreeze jáestava falando: ❛ Eu sei que isso pode parecer estranho, mas eu gostaria de tomar um cafécom o senhor mais tarde. Sabe, conversar sobre navios, mares, seu reino… Seusorriso, seus olhos e suas covinhas… ❜ A fala saíra carregada com oencanto que o outro proporcionava para si e o corpo do flautista demonstroutodo aquele sentimento com um sorriso bobo em sua face e uma moleza característicade um apaixonado. Poderia se amaldiçoar por dizer aquilo, mas não o fez.Domhnall, na verdade, aproximou-se um pouco mais de seu professor, suarespiração tornando-se ainda mais acelerada. Ele, em nenhum mundo, imaginou queem algum momento faria algo assim. Ele, que possuía medo de qualquer toquehumano, estava ali, próximo de outro — embora pudesse ser contestado aquilo, jáque Ocean não era de fato todo humano. ❛ Eu vou te esperar. ❜ Sem saber o que fazer, Dommieempurrou o ombro do futuro regente de Atlântida, mas aquilo ainda não lhe parecia suficiente. O ato seguinte fora impulsivo e ele logo se arrependeu, contudo, já o havia feito; Domhnall beijou a face de seu tutor de Estudos Náuticos. Sim, ele o beijou, mas no rosto! Fora algo tão simplório e ao mesmo tão puro, tal como uma criança que descobria pela primeira o efeito do amor. Na teoria, Ocean era o primeiro amor de Flutbreeze, sendo assim, ele se portou como uma criança naquele momento. Beijinho no rosto e tudo mais. Pigarreou, tentando afastar o momento constrangedor. ❛Ah, eu não aceito não como resposta. ❜

Interferência, notou Ocean ao colocar a concha sobre o ouvido e não ouvir nada. Nem o doce ruído do mar e suas ondas a bater na costa. O problema tinha sido mostrado bem no primeiro dia de aula -- aulas como aluno, veja bem -- quando era o único a segurar um pedaço do mar no meio de aparelhos eletrônicos cheios de botões. E como tinha sido engraçado continuar em sua ligação, sussurrando contra a abertura da concha, enquanto os seus amigos na época reclamavam da falta de créditos. Ocean sacudiu mais uma vez e desistiu no mesmo momento que teria sido interrompido caso completasse a ligação. --- Aposto que sou eu. --- Respondeu num gracejo, expressão pronta de atenção e entusiasmo para a nova e ‘se familiarizando’ voz. A alegria aumentou, mas o sorriso se tornou mais contido. Animação e seriedade brigando entre si sobre quem tinha maior importância nessas circunstâncias. Não seja tão incisivo,não seja tão sério; o aluno é praticamente seu, o interesse foi dele. A matéria tinha sido divertida no dia de hoje, droga, não firmar o nome dele na lista oficial de alunos até frequentar as duas semanas impostas em seus regras mentais. O tritão piscou e voltou a realidade, mirando as orbes em algum ponto mais relevante nas íris alheias. E lá estava ele concordando com a cabeça antes mesmo do ponto final aparecer, animado com um convite não raro de acontecer, mas sempre do mesmo assunt- Espera, o quê? A boca aberta no meio da concordância ficou assim, estática. Nem a confusão contorcendo suas feições para mostrar o quanto tinha sido pego despreparado. Abriu e fechou, abriu e fechou, uma mandíbula mecânica testando o novo óleo. Um sorriso igualmente encantador, e incerto, em resposta do que era ‘assaltado’. Por Tritão, o que estava acontecendo. Ninguém ensinou isso na versão professor-aluno e, ao mesmo tempo, não achava assim tão estranho. Ocean estava em conflito, pensando demais quando lhe era proibido de fazê-lo. Atropelar em ideias e exagerar nos significados, um ponto fraco que estava sendo trabalhado todos os dias. O beijo no rosto foi a gota d’água para desapegar de vez da bobeira paralítica, a língua umedecendo os lábios para continuar o que tinha começado. --- Só é estranho se você disser que é. Um café nunca matou ninguém, a menos que seja jogado num aquária... e que seria muito irresponsável de sua parte. --- Franziu o cenho para o nada, os olhos piscando para voltar. --- Conversaremos sobre o que quiser, Domhnall, mas temo que meus ‘sorriso, olhos e covinhas’ ficaram só de participantes mudos. Não sei falar sobre eles, são meio... tímidos. --- Encolheu os ombros, exagerando na expressão engraçada -- de lábios comprimidos, e levantou a mão livre em rendição. A verdade era que não passava tanto tempo assim no espelho como suas tias e mãe, aparência era o quinto quesito de preocupação na lista de prioridades. --- Você já tem minha resposta, obviamente, e eu preciso passar na sala dos professores antes da minha próxima aula. Hm- --- Apontou para a porta e se encaminhou para ela, o corpo meio de lado ainda virado na direção do mais novo. Era costume de Ocean o que ele fazia naquele momento, o de suspender a mão e acariciar os cabelos gentilmente. Algo como assegurar de um carinho, de demonstrar disponibilidade para outras horas. Os amigos animais gostavam, sua mãe incentivava, e ele não tinha motivos para parar. Colocou as mesmas mechas mexidas no lugar de origem, mais ou menos, e terminou de se afastar. --- Até mais tarde, senhor Flutbreeze. Boas aulas. --- Oh, ele precisava de uma dose da cafeína humana e uns bons minutos de contemplação na janela para colocar aquele comportamento em alguma categoria de suas interações.

act one pt. II
Aquele foi o primeiro e único momento que Ocean dedicou ao que tinha acontecido em sala de aula. Não foi por falta de interesse, nem descaso ou ‘rotina’ facilmente posta de lado, mas porque, depois de sentar na cadeira na sala dos professores, ele não parou mais. Desde a concorrência ao cargo do Diretor de sua antiga casa até assumir a responsabilidade por uma decisão sendo herdeiro. O tritão foi do mar e voltou, correndo sobre as pernas -- graças a Poseidon bem firmes -- para sua próxima aula no castelo. Attina, sua mãe, só saberia da notícia quando esta fosse tão concreta quanto a vara de madeira na mão. A ponta batendo contra as mesas dos alunos fazendo-os rir com seus comentários em tom jocoso de Napoleão Bonaparte. Ocean riu junto, rindo bem mais quando saiu e encarou o relógio de pulso. --- Oh, mexilhões. --- Xingamento leve e gentil, quando não dito perto de seus representantes marítimos.
Chegar ao café foi tão rápido quanto preciso, não se perdendo nas curvas e nas dobras, e tropeçando no último segundo como de costume. Pés se enroscando neles mesmos e um chute para frente, para ficar equilibrado e sem fôlego contra a parede ali perto. --- Desculpa, eu perdi completamente a hora. --- Por favor, não me beije de novo, um pedido feito internamente porque, mesmo com esse tempo todo para pensar, não sabia reagir direito. Encaminharam-se à uma mesa perto da janela, pedido encarecido do tritão que se alarmava quando ficava muito tempo sem ver o mar. --- Você não vai acreditar no que me sugeriram no corredor. É incrível! É maravilhoso. Imagina. Barcos sobre rodas no pátio do castelo. Cada um com mini canhões de confete e serpentina, e bolinhas de tinta. Isso mesmo, reencenaremos a maior batalha dos Sete Mares! Vai ser grandioso! Imagina! Imagina quantos clubes podem participar dessa atividade. De montar todo o cenário! De enfeitiçar tudo! Nunca fiquei tão borbulhante antes.

@dxmmief
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dxmmief:
Apósconversas animadas com Autumn e dancinhas também, Domhnall acabou desistindo daideia de jantar à luz de velas — ideia cedida por TonTon depois de umestardalhaço do flautista sobre jantares e comida. Desistira porque, primeiramente,a possibilidade da Fada Madrinha aparecer acreditando que ele estaria prestes aincendiar toda a academia era consideravelmente alta; também havia aimpossibilidade de cozinhar algo sem um ambiente válido — tentara chegar àcozinha, mas os duendes eram inflexíveis demais para que ele, desprovido dequalquer habilidade maléfica naquele momento, fizesse algo. Optou, finalmente,por seguir com o plano já trilhado, evitando correr para o encontro de Oceannovamente para incomodá-lo. Recebera uma dicapara que esperasse, não encurralando o outro em qualquer lugar que o visse —mesmo que tivesse passado mais de uma vez pelos mesmos corredores do tritão e,com um sorrisinho, ter dito “que coincidência!”— e esperando o horário que ele marcara para encontrar com o outro.
Ora,estava ele adiantado? Mas é claro que estava! A poção do amor ainda possuía umefeito visivelmente sentido para todos que assistiam a inquietação de Domhnallnaquela cadeira, esperando eternamente a vinda de Ocean. Ocasionalmente ele secolocava de pé, olhando para ambos os lados que dava acesso ao ponto queaguardava, considerando se o outro viria ou não. O medo crescia dentro si,assim como o sentimento de uma possível rejeição. Caso ocorresse, ele saberialidar? Tendo nunca sequer se mobilizado para ter um encontro com alguém,Flutbreeze encontrava-se incapaz de saber como ele seria capaz de conduzirqualquer caminho de um possível encontro — ou um possível bolo. Orgulhoso de sempre ser calculista e apático, agora estavaali, agindo impulsivamente. Ah, mas você acha que quando o filho de Attinaapareceu e começou a lhe falar animadamente com uma explicação sobre o porquêde sua demora, ele sequer se lembrou da agonia da espera? Derreteu-se no mesmo instantediante da presença alheia e por um momentinho, pensou em cumprimentá-lo comoutro beijinho no rosto, mas fora invasivo na outra ocasião, logo, evitandoqualquer ato precipitado, ele assentiu ao se aproximar — talvez próximo demais,Domhnall — do outro, contente por ver sua empolgação.
Naquelemomento ele notara outras particularidades, como o modo que os olhos claros seanimavam quando falava sobre navios e mares e todos os seus projetos. Nãopudera conter o sorriso genuíno e animado que iluminou também sua face dianteda animação de Ocean, sentindo-se ainda mais impelido ainda mais sua língua quenão se segurou em sua boca. ❛ Você fica muito mais bonito quando fala tão feliz assim ❜e lá vamos nós de novo. Arrependido ou não, ele apenas ignorara o quedissera, voltando-se para os planos do professor. ❛ E isso vai ser uma aula incrível! O clube de arte vai poder ajudar como projeto, sempre estamos envolvidos nessas coisas. E agora você vai me deixarenfeitiçar suas águas preciosas? ❜Questionou ainda se recordando-se de uma clara advertência para que nãotentasse manipular a água oceânica, mas naquela representação, qual o problemade enfeitiçar as “águas” e então dar mais realismo à cena. ❛E venha, eu consegui um lugar muito bom!E eu não aguento mais ficar de pé. ❜ Esperara por tanto temposentado que se cansou e então esperou mais um grande espaço de pé. Puxara oherdeiro de Atlântica com o indicador bem preso no indicador da mão alheia — parao filho do Flautista, aquilo era praticamente mãos dadas.

Ocean podia continuar o monólogo por horas a fio, extravasar a cota diária de palavras e perder a voz com a incessante torrente que saía de si. Era mais forte o de se comunicar e explicar, de justificar alguns atos que podiam ser postos à prova assim como de defender a ideia concebida em sua criatividade exótica. O herdeiro queria que tudo desse certo, que aspecto fosse colocado no papel para não ser esquecido e queria, acima de tudo, que o aluno vítima de sua animação confirmação sua inscrição na matéria. As turmas tinham agido tão estranhas no dia de hoje que Ocean não tinha muita certeza de nada, nem de que encontraria-o no dia seguinte -- na aula extra para conhecerem alguns eventos marítimos. E ele podia ter continuado sem findar, se não tivesse perdido a linha de raciocínio depois do elogio. --- Obrigado, Domhnall. --- Agradeceu meio atônito, o sorriso da animação ainda a manter os lábios no arco atraente de sua felicidade. --- As turmas de Artes vão ser fundamentais no desenvolvimento no projeto. Pinturas para simularem os tiros recebidos pelos canhões e as cores características de cada nação e embarcação. Preciso atualizar meu material, o disponível para os alunos, com todos os esses detalhes. São mais curiosidades do que assunto para cair na prova da vida. --- Permitiu uma risada um pouco mais alta, sem as restrições por estar em ambiente de estudo. --- Essas águas podem ser suas, se quiser, mas você não poderá participar da guerra em si, numa embarcação. Eu iria precisá-lo ao meu lado, com os segredos de como a corrente pode influenciar a cada segundo.
E ainda estava meio desnorteado enquanto falava, o elogio e o comportamento fazendo-se um pouco familiares com a observação geral do quandro do dia de hoje. Seu dedo entrelaçou ao outro automático, quase inconsciente, mas não parou por aí. Estava acostumado com aquele tipo de toque desde que se entendia por gente, de amigos e mais velho o segurando pela mão para conduzir pelo castelo imerso. De vencer a corrente interna com a ligação firme de duas partes que não atrapalhavam o nado. O problema era que esse estava errado, o dedo não sendo suficiente para colocar Ocean em um estado confortável. Desenlaçou imediatamente, o cenho franzido para a estranheza, antes de se desfazer num sorriso convencido ao encaixar a mão na do outro, segurando com firmeza. Assentiu para si mesmo, os pés acompanhando o outro um pouco mais para trás na distância. --- É legal ficar em pé quando consigo acertar na posição do sapato. Para não cair de cara nem sentado no chão. Um Macchiato, por favor, e uma fatia da torta do dia. --- Devolveu o cardápio para a atendente, depois de devidamente sentado e visto por cima os itens que sabia de cor.

act one pt. II
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Negoucom a cabeça, indicando que não era o problema, embora fosse minimamenteestranho. Domhnall não era conhecido por distribuir aos outros elogios, sendosempre preferível para ele simplesmente ignorar ou demonstrar indiferença com oque via. Entretanto, não poderia ser possível para Ocean identificar que adistribuição desenfreada de elogios para com o tritão destoava-se da característicaprimordial da personalidade do flautista, já que o contato que ambos possuíam outroraera pouquíssimo — senão inexistente. ❛ É— Eu só estou aqui para falar a verdade, não é? Mentir para quê? ❜Suas explicações para suas falas eram sempre desconexas, embora fossepossível perceber que tal incoerência em suas palavras fosse em virtude de sua consciênciasobre seus atos que retornava. Mesmo que a contradição estivesse pouco a poucoretirando o véu da poção do amor, era impossível para Flutbreeze simplesmentedeixar com que a espessura daquela névoa ganhasse corpo sempre que o professorabria a boca e sua voz invadia a mente do rapaz. A animação do outro era contagiante,tal como a última fala que fora capaz de fazer com que Domhnall simplesmenteignorasse todo o resto. ❛ Eu vou ficar com você?! ❜ Era possível sentir a vibraçãoem sua voz enquanto imaginava — sim, ele estava pintando esse quadro — passarainda mais tempo com Ocean.
Paraum coração apaixonado, a rejeição era ainda mais dolorosa. Quando o outrorapidamente afastou o seu toque, a expressão que demonstrava alegriasimplesmente caiu, mostrando uma vulnerabilidade. Ao questionar Autumn se ooutro gostaria da sua presença, ela dissera que sim, afinal “quem não gostaria?”.Entretanto, lá estava Ocean o rejeitando, fazendo com a face de Domhnallesquentasse. Rapidamente ele abriu a boca para se desculpar, notando, então,que estava tratando-o de uma forma intimista demais. Mas, qualquer fala, acabousendo dispersada a meio caminho de sua língua assim que a mão do tritão seencaixou na sua. O gesto poderia não ter efeito para qualquer um, mas tinhapara o jovem que o recebia. Ora, não seria tão simples assim, pois Flutbreezeconsiderou simplesmente afastar-se do toque fora inesperado — tendo ele jáaceitado que o outro não o queria por perto. Mas, bem, havia algo diferente emtoda aquela situação. Inicialmente, teria rapidamente se colocado distante dotritão, mas não era uma situação comum; além da já bem explicada poção em seuorganismo, os toques de Ocean pareciam sinceros, tal como também desprovidos dequalquer malícia. Engolindo o medo que era sempre crescente em seu peito,levando-o para o buraco negro que consumia tudo que estava instalado em seuestômago, ele fechou os dedos encarando as mãos alheias com um sorriso. ❛Eu gostaria de saber como você é em suaforma original. ❜ Dissera, imaginando. Já virafiguras, contudo, raramente ao vivo. ❛ Latte e uma torta. ❜ É necessário dizer que, mesmo quandosentou-se diante do outro, ainda buscava com seus dedos curiosos a pele nua dodorso da mão do professor; também é necessário dizer que nem sequer olhou o cardápio,tendo seus olhos se ocupado a encarar a face do professor. ❛E eu gosto de ficar de pé, mas nessecaso não tanto. Eu posso ficar te olhando… Não que seja a única coisa que euesteja querendo aqui. Eu acho. Enfim. Você estava falando das aulas. Eu vouadorar te ajudar e ficar perto de você durante todo o evento.❜ Ênfase no ficar ao seu lado o tempo todo.

Aquele pedido era tão comum que pareceu estranho na conversa entre os dois, quase como se precisasse de um ou dois segundos para voltar a plataforma normal de conversa entre dua pessoas. O tempo de estudante tinha ficado para trás, as constantes quedas nos corredores por conta da água derramada de brincadeira, mas a experiência continuava a mesma. --- Quando é a sua última aula amanhã? Quer dizer, se estiver livre. Eu não durmo no castelo na maioria das vezes, vou para casa assim que encerro minhas atividades como professor e diretor da casa. Você pode me ver quando estiver indo embora. --- Aproveitando a iluminação normal do castelo e ele teria uma boa visão de sua cauda e da forma que mais agradava e se sentia bem. Durante o dia seria melhor, o sol transformando as escamas num inferno alaranjado, mas Ocean saía cedo demais do mar; não seria capaz de pedir um sacrifício como de matar umas horas de sono só para ver a mudança. Ocean olhou para a mão, depois para o aluno e deu de ombros internamente, deixando-a estar na mesa para que ele fizesse o que quisesse com ela. Polvos tinham o hábito de enrodilhar seus tentáculos em tudo, mesmo que inconscientemente, mantendo uma pontinha no lugar firme que era a companhia. E o herdeiro bem sabia visto que seu principal parceiro de peripécias era um de mesma raça e camelão em mudar de cor nas paredes de Atlântica. --- Entendo. Eu prefiro te olhar também. Conversar de lado, olhando para outras coisas, me deixa incomodado. Frente a frente conseguimos ver se estamos agradando, se precisamos mudar de assunto ou só sorrir por estar fazendo o outro sorrir também. --- Não era a toa que seus olhos ficavam bem abertos, o olhar fixado em tudo o que atraía a curiosidade -- e o elogio mais recebido era da cor impressionante dos mesmo. --- É ótimo ouvir isso! Ficando do lado eu não vou poder falar alto e ninguém mais vai ouvir. Precisamos ser muito discretos com essas informações ou toda a experiência não vai ter valido a nada. --- Pegou uma garfada da torta, colocando na boca e saboreando depressa; para continuar com a conversa. --- Quer dizer, vai ser maravilhoso para quem vai perder aula para se divertir em barco animados e correnteza de pedaços de tecido. HM... Mesmo que não der certo vai dar certo, não acha? --- Queria só uma certezinha disso, um asseguramento que era tão divertido quanto pensava. --- Você gostou mesmo da minha aula? Vai querer cursá-la pelo resto do semestre? --- Se viu perguntando, a verdadeira pergunta para matar sua curiosidade se mostrando.

act one pt. II
{ f l a s h b a c k }
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❛Eu estou livre! Eu estou! ❜E dissera rápido demais. Sua cabeçanem ao menos deixou com que a fala de Ocean terminasse para que já estivesse confirmandocom exacerbado entusiasmo a sua capacidade de acompanhar o outro após as aulas dodia seguinte — àquela altura já não se recordava se possuía, de fato, qualquerclasse para onde deveria ir, estando apenas disposto e aberto para estar aolado do tritão; mas sabia que não seria permitido pelo outro a faltar qualquerhorário. ❛ Achei quevocê ficasse por aqui. ❜ Não negaria a decepção emsaber aquele fato, não considerando, entretanto, o porquê, portanto,demonstrara-a em seu tom de voz. ❛ Não que você não possa ir para sua casa, claro… E eu posso teencontrar amanhã. Na verdade posso te encontrar todos dias, não posso? Posso?❜ Animação contagiante, corpo ereto esperando aconfirmação. Os olhos deixaram o café habitual para a havana, derretendo-sediante da possibilidade de poder se encontrar com Ocean todos os dias. Era maisdo que ele poderia pedir! E, caso Autumn estivesse certa em seus conselhos, elepoderia muito bem conquistar a pessoa amada em três dias, mesmo que não tivessedisponível para si três horas. Mas como conquistar alguém que não se deixavaser conquistado? Domhnall não era um mestre naquela arte, todavia, ele sabiadizer quando alguém não estavaentendo algo. E Ocean não estava. Pelomenos ele poderia fingir que não dissera nada e continuar investindo — palavrasde TonTon. ❛ Não tem comoficar perto de você sem querer sorrir o tempo. Você… Bem faz bem. ❜E até mesmo a fala o deixou confuso, fazendo-o franzir o cenho e sorrisotolo que exibia caindo pouco a pouco até que ele balançou a cabeça. ❛E eu sei ser discreto! ❜— há, se não consegue nem ficar no efeito de uma poção e agir comnormalidade, quero só ver essa discrição — ❛ Vê? Formaremos uma bela equipe! Acho que a gente já forma uma boaequipe, mas quando mais perto, melhor. Certo? ❜ Erauma possibilidade que ele estava considerando. Quando toda a confusão da poção acabasse,Domhnall poderia ter certeza de uma coisa: aquela fala poderia ser considerada.Nem Ocean nem Domhnall sabiam que toda aquela bagunça abriria uma portainexplorada há muito tempo para o flautista que, mesmo entregue a uma poção quepraticamente o obrigaria a qualquer desejo do outro ser a qual fora preso,simplesmente terminara em um café conversando sobre tudo e nada ao mesmo tempo.Ocean não sabia o efeito positivo e benéfico que trazia para o jovem einexperiente Flutbreeze, mas o primeiro amor, quando saudável e tão puro, era sempre aquele que nos faziaacreditar que poderíamos amar novamente, não é? ❛ E é claro que vai dar tudo certo! Você é um ótimo professor. Eu não brinqueiquando eu disse que eu me arrependo todos os dias por não ter estado na suaaula. Você é simplesmente maravilhoso. ❜ Se Domhnall não sabia flertar,pelo menos ele possuía trejeitos genéticos que sabiam muito bem.❛ E eu realmente quero voltar para suas aulas. ❜ Assentiu freneticamente, tomando o garfo em suas mãos e provando da torta de Ocean.❛ Isso é bom. ❜

Ocean tomou a resposta rápida como animação, o sorriso borbulhante surgindo junto e brilhante para a agenda, ou melhor, que se formaria dali para frente. --- Pode sim, claro que sim. --- Algo dizia, com as estranhezas do dia, que não tinha ganhado o aluno assim, rápido, mas se contentaria com uma companhia agradável nos momentos que ajustava a água no corpo para transformar a cauda em pernas. --- Nem se eu quisesse, poderia ficar por muito tempo. Eu tenho tarefa para cumprir como futuro herdeiro de Atlântica não posso me ausentar por muito tempo. --- Se desculpou, dedos indo para a parte de trás da cabeça e coçando, sorrindo como quem pede desculpas. Ocean não gostava muito de passar mais do que o necessário naquelas pernas, achava desconfortável os sapatos e preferia -- nunca trocaria -- o poder de sua calda rasgando a água com velocidade. --- Você está sendo gentil. --- Deu uma risadinha, o garfo com mais um pedaço de torta ocupando sua boca por um tempinho. --- Sorrisos são contagiosos e funcionam como um belo remédio, isso explica meus efeitos que você diz que eu tenho. --- Pessoas bem humoradas exalavam a mesma aura, ele acreditava, o sorriso sendo uma porta e duas janelas para a verdadeira essência dentro de si. O herdeiro cresceu ouvindo aquelas palavras, que sua suavidade e bondade o fariam um ótimo Rei, assim como o endurecimento de algumas partes o protegia dos assuntos mais pesados. --- Você está pensando em confabular, senhor Flutbreeze? --- Juntou as mãos pelas pontas dos dedos, mexendo-os na onda comum dos vilões dos grandes contos. Até tentou fazer uma expressão mais maliciosa, arqueando uma sobrancelha e repuxando o lábio para um dos lados, expondo um pouco dos dentes. Não pareceu certo em seu rosto, mas amou a sensação de mudar -- nem que temporariamente -- a forma como era visto pelos humanos e outros seres. --- Eu agradeço os elogios, mas, por gentileza, poderia diminuí-los? Não estou tirando nem recusando, só que... está me deixando meio envergonhado. --- Existia uma outra palavra para descrever o que estava sentindo no dialeto antigo dos sereianos, contudo não encontrava tradução boa o suficiente para substituir. --- Como você gostou tanto, vou te dizer o próximo assumo. Vai ser sobre corren... --- A frase foi continuando, em ritmo mais lento, os olhos acompanhando o movimento do garfo alheio. --- ...tes marítimas vindas do sul, do tipo quente e rápido. É boa mesmo, não achei que fosse tanto assim.

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