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que eu sinta tudo, menos vontade de não sentir mais nada.

[sobre tentar amar o amor dos outros]

a gente costuma passar dos 14 aos 18 anos buscando o amor, não importa se ele seja o da sua vida ou da vida dos outros. nós procuramos por ele, talvez até antes dos 14 anos porque estamos acostumados a ver o amiguinho da carteira ao lado rindo sobre um desenho bobo que ele fez com a amiguinha.

e então, a gente segue procurando o amor das nossas vidas ou das vidas alheias, pra preencher um pouquinho o espaço que desde o início era pra ser transbordado por você e pelo seu amor-próprio.

e então, seguimos, muitas vezes acompanhados de amores dos outros.

enfim, como você se sente sabendo que está provavelmente arruinando a vida de alguém que deveria estar feliz com outra pessoa e não sendo infeliz com você?

se ela não for o amor da sua vida, permita que ela vá embora, porque existe alguém no mundo chorando pela falta dela enquanto você não valoriza a sua presença.

quando a pessoa amada se torna o inimigo.

você tem que se amar ao ponto de dizer ao outro: "se é apenas isso que você tem a me oferecer, sinto muito, mas recuso!" é tão fácil escrever isso, mas não é fácil falar pra alguém com quem imaginamos o vestido branco, a igreja, os padrinhos e madrinhas, os cachorros, os filhos... ah, os filhos.

você tem que se amar ao ponto de dizer adeus mesmo amando essa pessoa. é fácil dar esse conselho pra alguém que está tendo o coração dilacerado pela pessoa que o jurou amor eterno.

esse texto é sobre todas as vezes que a pessoa amada se tornou o inimigo.

mas a gente continua amando, não é? mesmo quando aquele ser indefeso dormindo ao seu lado se torna um monstro esmagador de coração. mesmo quando aquele pequeno ser que chorava vendo filmes clichês se torna a pessoa que ela mesmo julgava.

cara, a gente continua amando... mas não somos obrigados a aceitar tanta dor e humilhação de quem um dia nos prometeu amor e cuidados... mas talvez você seja masoquista, e tá tudo bem!

(o fodido será você, não ela.)

nesse texto, o destino é o vilão.

o destino gosta de brincar com a vida das pessoas. eu passei grande parte da minha vida tentando encontrar a pessoa certa, pensando sobre como seria a nossa primeira vez, fantasiando o primeiro beijo, imaginando quais sensações ele me traria, se eu iria sem medo, sem pensar demais, se ele iria amar os meus objetivos, respeitar a vida que eu levo, se ele iria amar a mim e as minhas personalidades...

depois de crescer, e me desdobrar em mil várias vezes até me sentir inteira. depois de começar a me alimentar de forma saudável e até fazer terapia. depois de me acolher e dizer diariamente que eu sou melhor sozinha. depois de aprender a dançar sozinha e fazer uma playlist pra isso. depois de me preencher tanto de mim mesma ao ponto de não ter espaço pra outra pessoa....

o destino me enviou você, logo você...

você é exatamente como eu sonhei. mas, você também é a pessoa certa na hora errada.

eu estou ocupada me amando e conquistando os meus objetivos.

volte mais tarde.

você é a sua própria cura.

você acreditou e precisa se orgulhar disso. você foi amor e o outro não soube valorizar, tudo bem. você precisa olhar no fundo dos olhos da sua intensidade e abraçá-la. afinal, você sabia que aquela pessoa não valia o seu amor e a sua total entrega.

porquê você insiste em procurar por pessoas perdidas?

porquê você tem essa necessidade de salvar pessoas feridas?

é, eu sei... você também está perdido. você acredita que está buscando alguém para amar, mas você quer ser curado.

porque dói se sentir perdido dentro dessa imensidão que é ser você.

porque dói se despedaçar e não ter ninguém pra te ajudar a recolher os pedacinhos.

porque o que mais te machuca é a noite vazia, a cama de casal onde só um corpo repousa mas não descansa.

mas meu bem, quando você vai entender que o seu curador e o causador da sua dor.... é você, sempre foi você?

Refletindo sobre as METAS que coloquei para este ano, podemos concluir que até o final dele EU estarei em um Manicômio.

Layssa Alves