Fernando Pessoa - Tumblr Posts
O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que leem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração.
Fernando Pessoa
PRATICAI O BEM
“Digo-vos: praticai o bem”.
Por quê?
O que ganhais com isso?
Nada, não ganhais nada.
Nem dinheiro, nem amor, nem respeito, nem talvez paz de espírito.
Talvez não ganheis nada disso.
Então por que vos digo: Praticai o bem?
Porque não ganhais nada com isso.
Vale a pena praticá-lo por isto mesmo.
(Fernando Pessoa)

Não, não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?
Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja de companhia!
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo…
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!
Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)
LISBON REVISITED (1923)


"O último Grimm" é, realmente, uma obra bombástica que combina o humor, a beleza e a aventura para partilhar mensagens importantíssimas e dar ao leitor uma experiência inigualável. Eu entro mais em pormenor sobre tudo isso na minha análise da obra, que podem sempre ler se não quiserem fazer uma compra às cegas.
Assɪɴᴀᴅᴏ: Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ 𝐿𝓊𝓏 Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ

Mais um mês onde só li um livro, mas quando uma obra é assim tão boa, quase que chega:
"O último Grimm".
Em Março tenho planos para ler mais, vemo-nos por lá!
Assɪɴᴀᴅᴏ: Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ 𝐿𝓊𝓏 Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ
Enquanto não atravessarmos a dor de nossa própria solidão, continuaremos a nos buscar em outras metades. Para viver a dois, antes, é necessário ser um.
Fernando Pessoa. (via pronunciou)
Poetry in portuguese is something else
"O poeta é um fingidor. Finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente."
⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ — Fernando Pessoa ortônimo, no poema ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀ Autopsicografia.
Let us sculpt in hopeless silence all our dreams of speaking.
Fernando Pessoa, from ‘The Book of Disquiet’, tr. Richard Zenith
😍😍😍
“It’s been a long time since I’ve been me.”
— Fernando Pessoa
"I envy everyone for not being me. Since, of all impossibilities, that always seemed to me the greatest of all, it became my daily yearning, my despair in every sad hour."

O Livro do Desassossego, Bernardo Soares (Fernando Pessoa).




"Ah!" cried Giovanni. "Don't you know when you have made a friend?"
I knew I must look foolish and that my question was foolish too: "So soon?"
"Why no," he said, reasonably, and looked at his watch, "we can wait another hour if you like. We can become friends then. Or we can wait until closing time. We can become friends then. Or we can wait until tomorrow, only that means that you must come in here tomorrow and perhaps you have something else to do.”
― James Baldwin, Giovanni's Room
“A cup of coffee, a cigarette and my dreams can substitute quite well for the universe and its stars, for work, love, and even beauty and glory. I need virtually no stimulants. I have opium enough in my soul.”
— Fernando Pessoa, The Book of Disquiet
Literature is the most agreeable way of ignoring life.
The Book of Disquiet, Fernando Pessoa (via macrolit)
Quem escreverá a história do que poderia ter sido o irreparável do meu passado;
Este é o cadáver.
Se a certa altura eu tivesse me voltado para a esquerda, ao invés que para direita;
Se em certo momento eu tivesse dito não, ao invés que sim;
Se em certas conversas eu tivesse dito as frases que só hoje elaboro; Seria outro hoje, e talvez o universo inteiro seria insensivelmente levado a ser outro também."
Fernando Pessoa


Fernando Pessoa, A Little Larger Than the Entire Universe: Selected Poems

“O Marinheiro”, de Fernando Pessoa
Addio caro Reis, a uno di questi giorni, ti lascio a corteggiare la piccola, in fondo mi deludi, amante di cameriere, corteggiatore di fanciulle, ti stimavo di più quando vedevi la vita dalla distanza a cui si trova, La vita, Fernando è sempre vicina, Allora te la lascio, se questa è vita. Marcenda stava arrivando fra le aiuole senza fiori, Ricardo Reis le andò incontro, Stava parlando da solo, domandò lei, Sì, in un certo senso, recitavo dei versi scritti da un mio amico che è morto alcuni mesi fa , forse lo conosce, Come si chiamava, Fernando Pessoa, Ho una vaga idea del nome, ma non ricordo di averlo letto mai, Fra ciò che vivo e la vita, fra chi mi trovo e sono, dormo in una discesa, discesa per cui non vado...
- L'anno della morte di Ricardo Reis - José Saramago

...Io qui, in questo quarto piano, a interrogare la vita! A dire ciò che le anime sentono! A fare prosa come i geni e le celebrità! Qui io, così...